Todo o universo que envolve o cancro, desde o diagnóstico até a remissão, não é nada fácil. O doente fica com o físico debilitado, sente-se mais fraco, desanimado e com a mente carregada de pensamentos negativos. É por isso que ter uma prática como o Yoga presente no dia a dia pode fazer toda a diferença no processo.
Esta é uma técnica milenar que surgiu na Índia. Não se sabe exatamente há quanto tempo ela existe, mas a estimativa é que tenha cerca de 5 mil anos.
Quem começou a pesquisar cientificamente os efeitos do yoga foi o Swami Kuvalayananda, fundador do Instituto de Kaivalyadhama, na Índia. Na década de 1930, esses estudos deram origem ao que se conhece como YOGATERAPIA.
Essa terapia tem como foco principal a mente dos seus praticantes, mas para que isso possa acontecer, é preciso utilizar o corpo como veículo.
“O yoga propõe um caminho que vai do denso ao sutil. Sendo denso a parte física, o corpo, e o sútil sendo a nossa mente”.
A partir das posturas (os ásanas), da respiração (pranayamas) e da meditação, o yoga consegue trazer uma sensação de relaxamento, diminuindo a ansiedade e o stresse. Além de proporcionar uma melhora na imunidade, fazendo com que o sistema circulatório funcione de forma mais adequada ao levar os nutrientes necessários para as células.
Outro benefício para a saúde é a diminuição da chance de doenças oportunistas instalarem-se no corpo. Estes problemas de saúde conseguem “perceber” quando a pessoa está psicologicamente frágil e aproveitam-se para “hospedar-se”.
“Então é como se nós estivéssemos a fortalecer o nosso mecanismo de defesa por meio da diminuição do stresse, da ansiedade e todos os benefícios que o yoga traz”
É normal que os doentes que estão a enfrentar o cancro fiquem emocionalmente comprometidos e também estejam com o corpo mais fragilizado, e é justamente por isso que o yoga é extremamente recomendável nessa situação.
HATHA YOGA, é o tipo de yoga mais utilizado, pois envolve: práticas de respiração (pranayamas), meditação, alongamentos suaves e práticas de relaxamento (yoga nidra).
“É muito importante que o doente faça estes exercícios durante o tratamento porque vai dar a ele uma melhor qualidade mental para lidar com essa situação”.
Uma das grandes diferenças do yoga, comparado com a medicina comum, é a função ativa do doente. Tudo o que for feito por ele é decisivo e gera uma vontade de cuidar -se mais, de sentir que tem poder sobre o processo de cura e, consequentemente, dá mais esperança, ou seja, aumenta os pensamentos positivos, diminuindo a incidência de problemas de saúde.
“O doente consegue lidar com a situação de uma maneira mais consciente, com mais presença, mais calma, entendendo o cenário em que ele se encontra e tendo nessas oportunidades aquele momento para relaxar, entregar-se, sentir os benefícios que ele mesmo pode gerar para o corpo e para mente.”
Através da prática regular de yoga é possível reduzir ou eliminar alguns dos efeitos colaterais dos tratamentos de cancro tais como:
· Dor de cabeça e enxaqueca,
· Enjoos,
· Qualidade do sono,
· Variações de humor,
· Stress,
· Angústia,
· Ansiedade,
· Depressão,
· Confusão mental,
· Cansaço físico e mental,
· Entre outros.
A nível físico são evidentes os benefícios:
· Alinhamento postural,
· Recuperação dos movimentos do tecido cicatrizado e músculos envolventes,
· Melhoria do equilíbrio,
· Melhoria da atividade circulatória,
· Melhoria da flexibilidade,
· Melhoria da tonicidade muscular e também da performance física, contribuindo de forma significativa para o bem-estar físico, social e emocional.
A INSTRUTORA DE YOGA, MARINA VALDIGEM